Relato de Amamentação

Um mês e 9 dias se passaram desde que me tornei mãe e hoje quero registrar um pouco do que passei até aqui como mãemífera, lactante ou como queiram chamar... ;)

Sempre tive em mente que queria amamentar...

Desde que engravidei, comecei a pesquisar sobre o assunto e me dei conta de que os benefícios de dar de mamar eram muito maiores do que eu imaginava tanto para a minha bebê como para mim. Li muito, participei de uma palestra e planejei muito... Mas tá até difícil concluir esse relato porque cada dia é uma novidade diferente dos meus planos. Mas vamos lá... tenho que escrever porque se não esqueço os detalhes... Começando do começo certo?! ... Como vocês sabem, tive uma cesárea de emergência e meu sonho de amamentá-la na primeira hora de vida não se concretizou. É um pouco traumático e ainda me dói muito lembrar que assim que ela nasceu, foi trazida para perto de mim só por alguns segundos e que não pude segurá-la em meus braços, pois estavam amarrados. Nunca vou esquecer aquele cheirinho... ficou impregnado nas minhas narinas dali para sempre. Anna Sophia nasceu às 3:35 da manhã, ficou em observação por causa do mecônio que tinha feito na barriga, tomou banho e só foi trazida pra mim umas 6:00hs... A enfermeira trouxe e me perguntou: Vc quer tentar amamentar? Eu quase surto com essa pergunta... O que? Como assim? Claro neh?!Já era para eu ter amamentado há muito tempo. Tentei levantar, mas ela brigou comigo e me mandou ficar deitada por causa da cirurgia. Ai é claro que ela não conseguiu pegar direitinho... eu deitada, nunca tinha amamentado... foi difícil! Logo chegaram algumas visitinhas e eu parei um pouco. Ainda bem que os bebês vem com uma reservinha de alimento e podem esperar essa fase de adaptação. 

Ela dormiu bastante nas primeiras horas de vida, mas eu fiquei tentando sempre que ela mexia e tentava abrir os olhinhos. Logo logo ela conseguiu pegar. Quando eu saí da maternidade ela já estava sugando bem direitinho. 

Não tive problemas com colostro... Saiu logo, mas era transparente como água e fiquei pensando se aquilo realmente ia matar sua fome. Tudo que eu tinha lido na gravidez me ajudou muito nesse processo. No fundo eu já sabia que o colostro era sua primeira vacininha, que era muito rico em anticorpos e fundamental pra ela. 

Graças a Deus no terceiro dia o leitinho desceu com força total, como diria uma boa cearense, veio ‘dicumforça’. Meus peitos pareciam que iam explodir de tão enormes e duros. Lembro que eu fui tomar banho e senti a pingadeira e comecei a rir sozinha de tanta felicidade. Agradeci muito a Deus pelo privilégio de poder amamentar... Era tudo que a Anna Sophia precisava... um alimento completo, natural e perfeito para as suas necessidades! Além do meu vínculo com ela e da economia que o papai ia fazer neh?! Hehehehehe Mas não durou muito para essa alegria e o brilho desse momento serem ofuscados pela dor. Meus peitos criaram fissuras e no quarto dia Anna Sophia mamou leite, sangue e lágrimas. Nesse dia eu quase pedi ao meu esposo pra ir na farmácia comprar Nan, mas mesmo em meio a muita dor, eu não desisti. Compramos uma pomada cicatrizante que precisava ser retirada toda vez que eu ia amamentar. Isso só tornava tudo mais doloroso. Cada lavada era um choro. 

No quinto dia eu contei aqui no blog  e tive muito apoio e dicas preciosas. Nos dias seguintes, quando a gente ia dar banho de sol na princesa e eu fazia topless na garagem...=) Compramos uma pomadinha 100% lanolina que não precisava tirar antes das mamadas e no oitavo ou nono dia, cicatrizou...o/ Desde então, como eu já disse no começo, todo dia tem algo novo. No começo eu queria impor uma rotina, agora já não acho que seja bom. Desencanei do relógio e aderi à livre demanda. Juro que depois detalho mais sobre isso porque se eu for contar tudo agora esse relato vai ficar gigante.

Resumindo um pouco: Não espero ela chorar de fome. Muitas vezes ela apresenta outros sinais como mexer com a cabecinha procurando o peito, chupa as mãozinhas, faz barulhinhos. Ai eu já sei: é hora de colocar a peitchola pra funcionar...

Temos o nosso ambiente calmíssimo, nossa poltrona e almofada de amamentação... Acredite! Isso é importante!... não sei o que seria da minha coluna não fossem esses suportes. De vez em quando ponho uma música e ela adora. Tb tenho a prática de orar por ela enquanto amamento, pois normalmente demora um pouco e fico falando com Deus sobre minha filhotinha. É muito bom! E confesso que de vez em quando durmo com ela mamando... Ai quando acordo, as vezes ela já dormindo tb... é uma graça!...

Pois bem, pela minha pequena experiência de mãemífera eu quero dizer que: ‘Embora seja um processo natural, embora pareça fácil, embora ame o teu filho mais que tudo no mundo.’ Amamentar não é fácil...é um ato de amor, é abrirmos mão de muita coisa pelo bem do bebê. Mas vale muuuito a pena... Por isso é que eu digo: não desista! Não se renda a comodidade das mamadeiras... Seja perseverante porque realmente dói, mas é só nos primeiros 15 dias, e no meu caso foi menos que isso, depois é muito gratificante e prazeroso!

Então para as gravidinhas e novas mamães que me acompanham: Muita paciência, muito leitinho e até breve! bjs

  

p.s Deyse, adorei o selinho de amamentação, mas to procurando uma foto ideal... logo logo eu posto viu flor?!